segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Filosofias

Continuando na divulgação de filosofias importantes para a nossa vida.
Que nos sirvam de exemplo.





Pérolas de verdadeira sabedoria ao nosso alcance!

(por e-mail. Autor desconhecido.)

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

O Mestre e o Escorpião

Um Mestre Oriental viu um escorpião que se estava afogando, decidiu tirá-lo da água mas quando o fez, o escorpião picou-o.
Como reacção à dor, o Mestre soltou-o e o animal caiu à água e de novo estava a afogar-se.
O Mestre tentou tirá-lo outra vez, e novamente o escorpião picou-o.
Alguém que tinha observado tudo, aproximou-se do Mestre e disse:Perdão, você é teimoso? Não entende que de cada vez que tentar tirá-lo da água ele o picará??!
O Mestre respondeu: - A natureza do escorpião é picar e isso não muda a minha natureza, que é ajudar.
Então, com a ajuda de um ramo, o Mestre retirou o escorpião da água e salvou-lhe a vida.

Não mudes a tua natureza se alguém te magoar. Apenas toma precauções.



Não resisti a publicar este comentário do Marco_S de um post antigo.
Se ainda não repararam, há um som no perfil.
Isto enquanto não aprendo a tê-lo aqui.

Nada é por acaso...
PALAVRAS CÍNICAS







Meu Amigo:

Escrevo-te de longe, de muito longe, perdido nos, confins dêste meu bairro onde só muito fraco chega o rumor da grande cidade. De que te hei-de falar? Da Vida? Pois seja. Tu vens para ela, para o imenso broubaha. A vida é a escola do cinismo. Trazes coração? Esmaga-o ao entrar como uma coisa que nos compromete, que nos avilta. Se acaso és bom – tolice - não venhas. Aqui, para triunfar, é preciso ser mau, muito mau. Sê mau, cínico, hipócrita e persistente que vencerás. Serás aclamado, respeitado e invejado.

E siga a festa.
Qual é a tua máscara?

In Albino Forjais de Sampaio “Palavras Cínicas”

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Palavras possuídas







Pegar nas palavras de outro e transformá-las no meu discurso.
Metamorfosear o som do poema em narração, em discurso, arriscar possuir e apropriar-me do sentimento que desejo meu.

vidadeareia.blogs.sapo.pt

Cavalo à Solta

Minha laranja amarga e doce, meu poema, feito de gomos de saudade, minha pena, pesada e leve, secreta e pura. Minha passagem para o breve, breve instante da loucura.
Minha ousadia, meu galope, minha rédea, meu potro doido, minha chama, minha réstia de luz intensa, de voz aberta. Minha denúncia do que pensa, do que sente a gente certa.
Em ti respiro, em ti eu provo, por ti consigo esta força que de novo em ti persigo, em ti percorro, cavalo à solta pela margem do teu corpo.
Minha alegria, minha amargura. Minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo, canção castigo, amêndoa travo, corpo alma amante amigo.
Por isso canto, por isso digo, alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio, minha aventura, minha coragem de correr contra a ternura.


Grande canção. Uma das melhores, que sobrevive ao tempo e à modernidade.

(José Carlos Ary dos Santos/Fernando Tordo)

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Quotidiano virtual

Existem diferenças entre a realidade virtual e a virtualidade do real quotidiano?
Certamente que sim. Resposta imediata e simples, sem dúvidas, sem discussão, inquestionável.
Quaisquer elucubrações pretensiosamente profundas esbarram com uma verdade incontestável: O virtual é o invisível, o secreto, potencialmente falso.
O quotidiano, em toda a sua virtualidade, é o real, próximo, visível, autêntico.

Ou não.

Sem teorizar sobre visão platónica da realidade, onde se inscreve a dúvida sobre a veracidade do visível, ou seja, olhando apenas os rostos que se cruzam, os corpos que se mascaram, depressa sentimos quão fina é linha delimitadora destas duas realidades.

Aparências.

Bem vistas as coisas, se no virtual nos faz falta o olhar sobre o olhar – se somos voyeurs ocultos na aparência de personagem numa tela de sombras –, no quotidiano, a máscara que encomendamos diariamente, serve para a representação pouco inocente no palco teatral em que escolhemos actuar.

Por isso, de pouco adianta inflamar as certezas de encontros vivenciais. Porque mesmo quando o tacto parece ser a confirmação da nossa existência, podemos, apenas e só estar perante a personagem que idealizámos possuir
.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006




Maniazinhas

Andei para aqui a vacilar mas pronto, vou responder ao simpático convite da jovem e universitária Pimpolha, que teve a amabilidade de me considerar amigo.
Enfim, são 5 das manias mais inocentes, descritas com algum pudor, confesso, e numa linguagem acessível aos mais sensíveis.

1. De manhã: acordar verdadeiramente mal humorado. Qualquer coisita pode descambar...
2. Ainda de manhã: depois do xixi matinal, para devolver a compostura, beber um grande copo com água. Obrigatório, de preferência quente, para desentupir.
3. Imersão: Ficar na banheira tempos a fio mergulhado. De preferência a ler e a ouvir música. Também gosto de estar acompanhado...
4. Conversa: Expor pontos de vista até à exaustão. Defeito que vem melhorando com o tempo.
5. ironia: O mais possível. Às vezes até chateia porque ninguém sabe do que se trata.

Ufff. Pimpolha amiga, agora só me ocorre o JB para convidar. Sabes porquê?
Porque não vai desiludir... hehehe.
Certo, ó bebida barata?
Silêncios



Silêncio
Uma noite no rio
Sentir um arrepio
Com medo de te tocar
Silêncio
Um beijo disfarçado
Um sorriso roubado
Ao medo de te amar

E agora
As noites são um fosso
Gritos vindos de um poço
Que querem saltar cá p’ra fora

Silêncios
Serão os meus segredos
Tão propícios a medos
E até a naufragar
Silêncios
Naufragar nos teus beijos
E sentir os desejos
Todos de pernas pr’o ar


Silêncio
É ser gato vadio
É consumir o cio
Em qualquer lugar
Silêncio
É deixar-e na cama
É deitar-me na lama
Para te provocar

E agora
Os gritos são gemidos
Desejos consumidos
Pela noite fora

segunda-feira, fevereiro 13, 2006















(Des) Informação?
Sobre o post anterior


A publicação de fotos e ou textos, na Net ou em publicações tem sempre associada a responsabilidade do seu editor ou emissor.
De facto, embora colocadas debaixo de grande emoção, as fotos do post anterior não foram colocadas no vazio. A notícia tinha sido veiculada por, pelo menos, um jornal e ilustrada com uma daquelas imagens.

Seria fácil seguir o pertinente conselho do Tony Ventoinha. Não sou homem de soluções fáceis.
Além de que não vou admitir que aquelas fotografias não tinham significado. Porque têm.

100 nada admite, com eu próprio pude confirmar, que a informação não é clara e muito menos pacífica.
Na minha opinião, quer o miúdo esteja a ser castigado, quer seja um agente da difusão de um qualquer aviso de castigo, ou outra coisa qualque, trata-se de um conteúdo de grande violência.

O que é facto é que a roda do camião está em cima do braço do miúdo.

Vou manter o post, apesar do risco de estar a ser veículo de de uma qualquer manipulação.

É que, se assim for, a discussão está no ar.
Quem está a manipular e com que intenção?

Seja qual for a resposta a questão mantém-se: Que legitimidade têm estes indivíduos, para executarem pessoas que apenas cometeram o pecado de terem nascido no país onde se publicaram umas caricaturas, as quais apenas têm o valor que têm.
São bonecos. Riscos que se dirigem aos poderes e não aos fiéis.

Os poderes sabem isso. E é por isso que o post lá fica.
Também eu, o que quis, foi, modestamente, pôr em causa um poder que, como outros, afinal nem deveria existir.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

E perdem tempo
com caricaturas...

Este vai mesmo assim, sem mais palavras.
É apenas um FW de um mail que recebi.





Até dói!!
Mas que grandes filhos da puta.
Inocências...

Noite
companheira de aventura
mediadora dos desejos
parceira de loucura
cofre dos meus beijos

Noite
lençol dos meus actos
barca protectora
asa dos meus sonhos
motivo de minha fuga

Passmoore, Works Of Alexander & I.V.

Fugi de casa porque não podia mais.
Ele vinha furtivo, levava-me ao jardim e pedia-me coisas que não conhecia.
A princípio não conhecia a sensação e até achava bom. Só não gostava era quando me dizia para lhe tocar. Mas não me negava porque confiava nele. Achava estranho porque ele gemia como quando estava no quarto com ela.
Aí, ficava a ouvir os dois em gritos que não compreendia.
Agora sei. Sei que não gosto que me toque. Não gosto de lhe tocar porque já não confio.
Agora vou-me embora. Vou embora porque ele me bate só porque já não gosto de estar com ele.
Prometo que nunca vou contar a ninguém. Nunca ninguém vai saber que já não sou inocente.

Tenho as marcas da violência que não vão sarar nunca.
É por isso que não volto mais.
Porque quero apagar estas marcas e deixar que a inocência volte um dia.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Iconografias
A liberdade ou a falta dela

Um indivíduo, alegadamente muçulmano, matou na Turquia um padre católico, alegadamente na sequência das caricaturas do profecta Maomé.

Esta notícias, ou melhor, o acto que lhe deu origem, chateou-me.
E chateou-me porque põe em causa uma série de valores que me são caros, como a liberdade de expressão e, no limite, a Liberdade no seu todo.

É claro que a ofensa a raças, indivíduos, sociedades ou grupos, etc., não é um exercício de liberdade. Mas a que propósito é que um boneco causa tanto ódio? É claro que isto é um pouco como a rivalidade enter Porto e Lisboa, Benfica e Sporting, e outras rivalidades (salvaguardando as devidas distâncias, é claro), ou seja tem a ver com actos ancestrais, ideais ou ideais que cristalizaram algures, nas cabeças de pessoas de todos os lugares.

Há tempos fez-se uma caricatura do Papa com um preservativo, a propósito da interrupção da gravidez. Não estou a imaginar um católico a mandar um envelope armadilhado para a o jornal que publicou a imagem.

Independentemente do respeito que todas as religiões merecem é impensável que se dê maior ênfase à imagem do que à filosofia, ao ícone do que ao indivíduo ou à mensagem.

Imagine-se o que seria começarmos para aí matar todos aqueles que, vindos de todo o mundo, se esquecem que não somos só nós que temos que respeitar as suas opções religiosas e civilizacionais, mas que eles próprios têm que fazer um esforço de adaptação à nossas regras, por muito que elas pareçam, e nalguns casos até sejam, inadequadas.

De qualquer modo os responsáveis são os mandatários do poder e nós também, uma vez que os escolhemos para serem nossos representantes.

E se não paro por aqui isto fica com mais de 5 metros de post.

domingo, fevereiro 05, 2006

Tubular Bells

Já não ouvia o Mike Oldfield há uns tempos.
Estive a rever o concerto do Tubular Bells II, e a ver a estreia do Tubular Bells III e deixei-me comover.
O Mike Oldfield é, por certo, um dos compositores mais importantes do século passado.
Recordo-me da primeira vez que ele esteve em Portugal a tocar o Platinium. Foi um concerto excitante e fantástico.
Embora pareça uma música pacífica, não o é e mexe com sentimentos profundos.

Na minha opinião, ouvir o Mike Olfield é ouvir um clássico.
Há outros, claro. Mas desta vez foi mesmo ele, o Miguel Campo Velho.
O Tubular Bells III é uma boa integração aos sons da World Music, se é que o Mike precisa disso para alguma coisa, ou se é que ele já não o fazia.

Enfim, abanei a cabeça e o corpo fiz umas caretas (eu sou muito físico quando oiço música), deixei-me possuir pela guitarra, pelo som da banda, pela composição.

Que hei-de dizer? Eu gosto e recomendo.


Para a próxima espero já saber colocar som.
Enquanto não sei, olhem, tenham paciência, vão à FNC e oiçam.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Ser positivo

A amizade não se compadece com o espaço, o tempo, com qualquer tipo de restrição que queiramos invocar como desculpa para não intervirmos quando a nossa presença é útil ou mesmo necessária.

Para muitos de nós um blog é motivo de divertimento. Para outros é oportunidade de tornarmos vivas as palavras que muitas vezes não temos a coragem, ou mesmo a possibilidade, de passar para um público mais vasto que o nosso círculo de amigos.
No entanto, há muitos outros para quem o blog é uma procura, uma tábua onde se agarram, para não se perderem nesta imensa tarefa de estar vivo.

Já tenho viajado por muitos lados onde o sonho se vai conquistando. Não sei se ao engano, como comentou a Lazuli (e ela sabe o que diz) um destes dias “... a terra dos sonhos será a internet? Não, aqui não há sonhos. Não sonhes aqui. Psssssttt...acorda, estou-te a avisar.”, ou se, como eu até penso, é possível inventar sonhos, reinventar ideias.
No fundo somos todos um pouco predadores. Seja de afectos, amor, sexo, palavras, ideias. Vamos passando por esses “sítios”. Às vezes deixamos a nossa marca. Depois temos eventualmente o retorno e o círculo vai-se completando dia a dia, noite a noite, conforme os gostos e disponibilidades.

Na realidade, muitas vezes atrás de escritas fantásticas, está uma angústia desmedida, uma tristeza de que nem sempre nos apercebemos. Ou então apenas fixamos a linguística, o estilo, a mensagem óbvia de amores e desamores.
E que fazemos nós? Fazemos de conta… Deixamos o nosso comentário. Deixamos os nossos beijos, abraços, enfim o que nos ocorre e ali fica aquela personagem (porque acabamos por ser personagens, não é?), ainda mais só.
E na verdade todos somos responsáveis. Porque alimentamos a escrita (“que bonito post... o teu blog é o máximo... escreves lindamente...” etc).

Esquecemos que, por detrás do véu da personagem, está a pessoa.

Ser solidário
Ser solidário assim pr'além da vida
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raiz
E improvavelmente ser feliz

De como aqui chegar não é mister
Contar a que já sabe quem souber
O estrume em que germina a ilusão
Fecundará por certo esta canção

Ser solidário, sim, por sobre a morte
Que depois dela só o tempo é forte
E a morte nunca o tempo a redime
Mas sim o amor dos homens que se exprime

De como aqui chegar não vale a pena
Já que a moral da história é tão pequena
Que nunca por vingança eu vos daria
No ventre das canções sabedoria

Ser solidário assim pr'além da vida
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raiz
improvavelmente ser feliz
(José Mário Branco)

É importante que as pessoas se sintam vivas e interessantes. Sem moralismos nem paternalismos vazios e ocos de sentimento.

É assim que a vida também pode fazer sentido.

Aqui fica o meu beijo.
Esquecimento

Estava eu preparao para mais um post importantíssimo quando me dei conta do meu esquecimento. Falta-me o texto Ser Solidário do José Mário Branco. Como não o encontrei na net (tem alguma coisa a ver com o post anterior...?), vou ter que fazer mais tarde.
Mas na pesquisa nem tudo se perdeu. Encontrei este sítio fantástico... para quem gosta, claro.
Fica a referência e o link ali ao lado é logo de seguida.

Não perdem por esperar... até logo.

http://lyricsounds.blogdrive.com/

PS: Ora bolas reparei que não é actualizado desde junho... vale a pena lá passar mas não vale a pena estar linkado


quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Falar de música

Sou um apaixonado pela música. Um dia, era eu muito miúdo, um tio meu, músico-dependente (ele tinha uma discografia fantástica, dos Clássicos ao Jazz, do Rock ao Ligeiro e ouvia-os ao acordar, a comer, ao deitar. Sempre.), apresentou-me esta fantástica forma de expressão que, erradamente, está separada da Arte (quando os livros falam de arte referem-e à pintura e à escultura, sabe-se lá porquê).
Ensinou-me a ouvir, melhor, a escutar toda a música que lá tinha.
Depois, com o tempo, fui fazendo as minhas escolhas. Basicamente gosto de todos os géneros de música. Gosto de ouvir os textos e é por aí que mais me deixo seduzir. Ou então, se é instrumental, procuro o diálogo dos instrumentos, a voz dos executantes através das cordas, dos sopros.

Isto a propósito dos 250 anos do Mozart e da Febre de Sábado que a RTP transmitiu.
Sobre Mozart que posso eu dizer? Mesmo tendo estudado dois anos na Academia de Amadores, ou talvez por isso, não me apetece falar do talento, da composição, seja lá do que for.
O homem é genial e pronto.

Quanto à Febre... bem, foi divertido. Andei com alguns deles na estrada. Conheci-os por dentro e sei das limitações, das dificuldades, do sucesso e do abandono da carreira musical.
Ser músico em Portugal é uma aventura. Os instrumentos são caros, os estúdios não gravam, o público nem sempre compra, as rádios não passam. Um país que precisa de uma lei da rádio é um país mal educado.
Tenho comigo a Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa. Percorre os cantores, autores e bandas desde os anos da Severa até 1998, salvo erro.
Quantos saberão que o José Cid editou um álbum (reeditado em CD no Japão com grande luxo) considerado dos melhores de sempre na área do Rock Sinfónico?
Quem sabe que um programa chamado Zip-Zip, nos anos 60, fez frente à censura e transmitiu autores proibidos?
Quem sabe que existe esta enciclopédia?

A música é das melhores formas de nos encontrarmos. A música é uma expressão de estar na vida, é ela própria a expressão da própria vida.
Por favor escutem música. Muitas respostas, muitas vezes, estão lá. Muitas perguntas, muitos questionamentos, estão lá certamente.