PALAVRAS CÍNICAS
Meu Amigo:
Escrevo-te de longe, de muito longe, perdido nos, confins dêste meu bairro onde só muito fraco chega o rumor da grande cidade. De que te hei-de falar? Da Vida? Pois seja. Tu vens para ela, para o imenso broubaha. A vida é a escola do cinismo. Trazes coração? Esmaga-o ao entrar como uma coisa que nos compromete, que nos avilta. Se acaso és bom – tolice - não venhas. Aqui, para triunfar, é preciso ser mau, muito mau. Sê mau, cínico, hipócrita e persistente que vencerás. Serás aclamado, respeitado e invejado.
E siga a festa.
Qual é a tua máscara?
In Albino Forjais de Sampaio “Palavras Cínicas”
Meu Amigo:
Escrevo-te de longe, de muito longe, perdido nos, confins dêste meu bairro onde só muito fraco chega o rumor da grande cidade. De que te hei-de falar? Da Vida? Pois seja. Tu vens para ela, para o imenso broubaha. A vida é a escola do cinismo. Trazes coração? Esmaga-o ao entrar como uma coisa que nos compromete, que nos avilta. Se acaso és bom – tolice - não venhas. Aqui, para triunfar, é preciso ser mau, muito mau. Sê mau, cínico, hipócrita e persistente que vencerás. Serás aclamado, respeitado e invejado.
E siga a festa.
Qual é a tua máscara?
In Albino Forjais de Sampaio “Palavras Cínicas”
2 Comentários:
"...Acredita! É somente a ideia da morte o regozijo supremo da minha dor e da minha impotência. Quando eu passo por essas ruas, encolhido e tímido, sinto uma alegria infinita em olhar as mulheres que passam deslumbrantes e esqueço-me durante horas inteiras a idear os estragos com que o tempo as há-de envelhecer e gastar, as doenças que as hão-de desfigurar, as aflições que as porão mais estragadas do que as amantes dos marujos e dos soldados.
E vejo-as passar, vejo-as na retina mental, com uma alegria infinita, velhas, grotescas, feias, pandilhas, virem pedir-me esmola para eu lhes dizer, baixinho e sorrindo cinicamente: - Não!
(In Albino Forjais de Sampaio “Palavras Cínicas”)
... não precisamos de máscaras... nós somos a nossa própria máscara...
Um abraço e grata por toda esta partilha ;)
Afinal ainda há quem leia estas coisas.
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