quinta-feira, julho 27, 2006

Vitimizar…










Guerra, palavra do medo e do horror.
Magoam-me as lágrimas pela morte e pela separação.

Mãe…?... Onde estás…?
Estou no limbo entre a vida e a morte, sem saber qual desejo.

Agora estamos sós, todos nós, porque não sabemos como parar esta representação da qual somos personagens principais, remetidas para o fundo do plano.


(Foto: www.bonde.com.br)

quarta-feira, julho 26, 2006

Amizade é...












... mandar imagem da praia
a quem está fechado no trabalho...

(Foto:Ant)
Guerreiros…

“War
What is it good for?
Absolutely nothing!”
(Bruce Springsteen)

A guerra tornou-se assunto insignificante, notícia de jornal, inserida nas agendas informativas dos canais televisivos, sequência retórica de espaço a ocupar enquanto se espera pelo assunto que verdadeiramente interessa, como as contratações futebolísticas para a próxima época, agora que o Mundial se finou.
A guerra, as guerras, inventadas porque a tribo queria possuir o fogo (símbolo de poder e de conhecimento), sem o empenho para o fabricar, adquiriram cambiantes bizarras e causam a pena, o dó e a revolta, pela impotência, pelo medo.
Encontrados os culpados, inventam-se gritos contra e a favor, bandeiras de tanta cor que apenas remetem para a insignificância a verdadeira dor, de tanto sofrimento impossível de quantificar.
A guerra é uma palavra que, no limiar do desejo, se encontra no abismo que impede o amor.

Em nome de Deus
Derrubaram barreiras
Que deixavam espaço
Entra a lua e o vento
Em nome de deus
Caíram as bandeiras
E as mortalhas
Para as bermas das estradas

Em nome de Deus
Eu vi morrerem os homens
Em nome de Deus, eu sei
Ainda se perdem homens.

Em nome de Deus
Separam-se as almas
Que um dia quiseram
Viver sempre juntas
Em nome de Deus
Ainda vestem fardas
Como no passado
Não passam de mortalhas.
(D'age 1992)

(Foto recebida por e-mail)

domingo, julho 23, 2006

Emersão...


















O olharrrrrrrrrrrrrr
O toqueeeeee
O odorrrrrrrrrrrr
O sommmmm
O saborrrrrrrrrrrr

O silêncio do sono enquanto o sol
Entra pela fechadura

O quarto fechado
Cheiro a mofo
Velho, escuro, desalinhado.

Lá está a cadeira
Onde te sentavas
Junto à lareira
E me contavas estórias
Promessas de felicidades…

Acabado o tempo da infância
É tempo de saltar
Pela janela
Respirar.

Despida a roupa
Mergulho
Nas calmas águas da ribeira
Sentir o fundo
Bater os pés e subir
Subir
Subir


(Foto:Mark Freedom)

sexta-feira, julho 21, 2006

Dar e receber...

Poderemos ou deveremos passar pela vida inócuos, transparentes ou envoltos numa nuvem que nos encobre e nos protege?
Pensamos que podemos viver independentemente dos outros, longe das influências nefastas do sofrimento do próximo, sobretudo se este é um filho da puta que passa o tempo a lixar-nos e a tentar ver-nos infelizes.
Acreditamos que, bebendo umas canecas, abanando o esqueleto, melhor ou pior, conforme as pernas e as costas o vão permitindo, o mundo nos passa ao lado.

Sonhamos com um amor, perfeito, aquele que nos preenche a existência.
Esquecemos o amor incondicional que movimenta a vida.
E assim, usamos o nosso parceiro, o eleito, enquanto companhia, ajuda para preencher formulários, limpar a sanita e essas coisas assim.
E lá longe, muito longe de nós, está aquele que desconhecemos, aquele que detestamos, o que nos é indiferente.

Acredito que, abertos a alma e o coração, olharemos para esse “próximo”, pelo menos, através dos seus olhos.
Vamos assimilá-lo na família dos nossos afectos, plenamente, na sua totalidade imperfeita, como nós.

Viver a vida é mais que passar pela vida ou deixar que ela passe por nós.

Bem sei que isso era dantes, quando Teresa de Calcutá por aí andava. Isto para não recuar muito no tempo...

A verdade é que esta plenitude, apenas ao alcance de alguns, implica um novo conceito de vida, de amor e de felicidade.
Implica que o último perfume pode esperar, o novo portátil (a propósito, estou a precisar de um e não tenho dinheiro, portanto estejam à vontade), o novo automóvel, podem passar a prioridades de segunda ordem.

Afinal a única coisa que vai passando de moda é mesmo o “All You Need Is Love”, em português “Não Precisas Mais Que Amor”.

... e coragem para isto... dasssss...


Vou ali dar uma marretada no filho da puta que passa a vida a sarnar-me a carola... e já volto.

quarta-feira, julho 19, 2006

Abre a alma...













O homem que começa
a viver para sua alma
é como o homem que traz uma lanterna
para dentro de uma casa escura.

A escuridão desaparece imediatamente.

Se perseverar nisso,
a sua alma receberá essa luz.

Budha


Aprender a suprimir o inútil, abraçar o essencial como se fosse o último dia, olhar a vida com a mesma tranquilidade com que se diz amor.
O coração cresce, entrega-se, resolve-se no sublime encontro com a paz.


(Foto: Ant)

terça-feira, julho 18, 2006

Coração aberto...

"There's no time for us
There's no place for us
……………………………………
But touch my tears with your lips
Touch my world with your fingertips
……………………………………
Forever is our today

……………………………………
Who waits forever anyway?”













Entram-nos pela vida dentro, deixam-nos marcas de prazer intenso e arrebatador, vivem em nós para além do tempo e do espaço.
Mas, na hora do grande “adeus”, um pouco de nós fica perdido no vazio imenso de um qualquer espaço etéreo, como se Deus tivesse para nós outros planos.

Porque esta luz
Que se não apaga
Este lume
Que se não consome
Existe para além do nós
Dos eus e do tus.

Vi-te a alma através do mar dos teus olhos.
O coração
Porque carne, veias e sangue
Renova-se
Em cada pulsação
Meu amor.
Este não é o nosso tempo
Ficamos ligados pelas teclas do teu piano
E das vozes que soltamos em uníssono
Em melodia que inventamos
Juntos.

Queria ter-te no novo mundo
Queria dar-te a essência
Penetrar no teu ser mais profundo.
Erguida nova casa
Queria a tua presença
Em cada quadro na parede
No chão, em cada tapete

E o rio,
Esse corre sempre.
Leva-nos as palavras
Para além do horizonte
Para lugar distante
Onde
O nosso olhar
Numa outra vida
Num outro tempo
Se vai reencontrar.

(Foto: Luís Lobo Henriques)

segunda-feira, julho 17, 2006

Espreguiço-me...













Como gato cansado das noites pelo telhados.
Ao sol rebolo apático. Levanto a cabeça, olhos meio abertos ou meio fechados. Prendo o cigarro nos dedos preguiçosos.
Deixa lá ver se me recomponho
Isto não é vida que se tenha.
Pimba! Lá vai a cabeça outra vez ao chão.
Ná! Hoje decididamente fico aqui a espreguiçar-me até que a noite chegue e possa acordar um pouco mais.



(Foto retirada daqui http://www.luizadoca.blogger.com.br/gato-preguica.jpg)

quinta-feira, julho 13, 2006

Plagiador...

As palavras que uso são tuas
Cópia disfarçada em alma própria
Sou predador, alimento-me
Do que dizes faço-o meu
O Pessoa, fingidor porque poeta,
É criança inocente, afinal...
Vivo do teu sorriso e da tua tristeza
Sustento-me da tua arte
Levo-a para toda a parte
Converti-te em minha presa
Busco-te na escuridão
Devoro-te na solidão

Deixa-me deitar a cabeça no teu colo
Apenas uma vez mais
Acaricia-me o cabelo
E deixa-me adormecer
Como navio no cais
Quero sentir-te
Para além do desejo e do prazer
Para além do que dizer
Vivo para o efémero instante
Em que te toco suave, brevemente
Num sufoco voraz

De quem mais nada faz

terça-feira, julho 11, 2006

Partilhas...

O Internet é de facto um mundo onde a sabedoria e o conhecimento se propagam de uma maneira impressionante.
A partilha do conhecimento é uma dever, mais, uma obrigação.
Por isso, e porque o e-mail que recebi está no espírito deste espaço, não posso deixar de o partilhar integralmente convosco, caros amigos.

A ter em conta...


“Caros amigos,As coisas têm de mudar, dizem as novas correntes da Educação. Aqui está um exemplo da NOVA ATITUDE que os professores têm de adoptar, a bem dos tempos modernos.Avaliação de um exercício nos tempos que correm... (Orientado para professores que têm de mudar... e cumprir políticas da Sr.ª Ministra... )


QUESTÃO PROPOSTA:

6 + 7 = ? A .

EXERCÍCIO FEITO PELO ALUNO:
6 + 7 = 18
B .. ANÁLISE: A grafia do número seis está absolutamente correcta;O mesmo se pode concluir quanto ao número sete;O sinal operacional + indica-nos, correctamente, que se trata de uma adição;Quanto ao resultado, verifica-se que o primeiro algarismo (1) está correctamente escrito -
corresponde ao primeiro algarismo da soma pedida. O segundo algarismo pode muito bem ser entendido
como um três escrito simetricamente - repare-se na simetria, considerando-se um eixo vertical!Assim, o aluno enriqueceu o exercício recorrendo a outros conhecimentos...a sua intenção era, portanto, boa.

C . AVALIAÇÃO: Do conjunto de considerações tecidas nesta análise, podemos concluir que: A atitude do aluno foi positiva: ele tentou!Os procedimentos estão correctamente encadeados : os elementos estão dispostos pela ordem precisa.Nos conceitos, só se enganou (?) num dos seis elementos que formam o exercício, o que é perfeitamente negligenciável.Na verdade, o aluno acrescentou uma mais-valia ao exercício ao trazer para a proposta de resolução outros conceitos estudados - as simetrias... - realçando as conexões matemáticas que sempre coexistem em qualquer exercício...

Em consequência, podemos atribuir-lhe um... ..."EXCELENTE"... ...e afirmar que o aluno... ... "PROGRIDE ADEQUADAMENTE"!!!"


(Imagem retirada de lugarencantado.blogs.sapo)

segunda-feira, julho 10, 2006

sábado, julho 08, 2006

Projectar…






O que verdadeiramente faz sentido

Ficar a contemplar as vidas que realmente importam:
A minha e a dos que merecem a verdadeira e incondicional atenção.











E a vida é uma viagem
Onde a paisagem se move
Sem presente
O passado
Já foi
O futuro
Deixa-se percorrer
Mesmo se estacionamos
Por momentos

O carro
Na berma
Da estrada


(Fotos: Ant)

sexta-feira, julho 07, 2006

A minha árvore…



Liguei o rádio do carro...
Ainda nem acordei a voz...








“Is it getting better
Or do you feel the same
……………………………
Were one
But were not the same
We get to carry each other
Carry each other
One
…………………………….
You say
Love is a temple
Love a higher law
……………………………..
One love

One blood
One life
You got to do what you should
………………………………
One life
But were not the same
We get to carry each other
Carry each other"


E cada canção é vista e revista à luz de cada olhar sobre a vida.
Sentado na minha árvore canto com a voz a acordar em cada acorde.



http://conversasdexaxa4.blogspot.com/


Foto (Ana Maria Brandão)

quarta-feira, julho 05, 2006

Onde está o amor...

“This time I came to you as a friend
and not a man with a woman in is mind.”

Le Clayton in “Naked Child”













Anda-se por onde o coração manda.
Procura-se aqui, ali, no corpo, na mente, mas, no fim, o coração, preso entre ossos e carne e nervos, vai bombeando os impulsos mais secretos, mais escondidos lá no canto mais íntimo onde se busca o âmago.

Amo tracinho te, expressão que remete para o desejo de ter, de possuir e ser possuído...

Amo-te
Amo-te

O amor é mais que desejar.
É não ser, não ter posse.
Pode passar apenas (apenas ?) por gostar de ver feliz. Por gostar de ouvir o sorriso.

Amor é ter a amizade por perto, aconchegada na intensidade que excede os apetites da libido, a ânsia do corpo, o ardor das paixões que se esgotam com o tempo.

A amizade é um caminho que se percorre de mãos dadas, é a janela para uma infinidade de mundos onde mora o amor. Um amor crescente, sem limites.

Amo-te porque deixei crescer essa onda que me invade o coração que me acalma a alma.
Amo-te porque me completas para além da fusão.
Não me tens.
Não te tenho.
Porque ninguém deveria ser de ninguém.

Hoje, perto da fronteira do passado e do futuro (que o presente não existe), acordo sempre a pensar que sem a tua companhia mais não era que uma vela que não se consome na totalidade, apaga-se com a primeira brisa.

O único desejo que desejo é manter-te assim, na amizade bela que não se esvai em cada dia que finda.

segunda-feira, julho 03, 2006

Vive a vida...















... disseste-me em segredo por entre os batuques e o calor
e a magia da dança...
E selaste-me o sorriso com os lábios... breves
... mas intensos... alegres.