Deito-me de barriga para baixo e abro os braços. Aguardo calmamente que me passes os dedos pela pelas costas onde já espalhaste docemente óleo levemente perfumado.
Sinto-te os cabelos longos tocarem-me de leve a pele e arrepio-me ligeiramente.
Agora os músculos deixam-se relaxar e no escuro da minha mente, liberta de tensões, abrem-se tons de azul de um céu sem nuvens.
Abandono-me à plenitude. Não sobra espaço para a dor, para o medo…
… Ah o medo…
… O mimo amolece-nos… deixa-se de pensar, sente-se apenas o desejo de permanecer nesta bonomia doce… como se fosse para sempre…
Para sempre é longe de mais…
Olho-te, gosto do brilho do teu olhar.
Gosto de sentir a textura dos teus cabelos.
No entanto…
Permanece esta dúvida imanente, importuna…
Gosto de mimo,
Mimas-me
Mimo-te
De súbito,
De improviso…
E o medo esvaece-se…
Por momentos…
Longos…
Longos…
(Foto: Desconhecido )