quarta-feira, dezembro 26, 2007

Boas Festas…

À laia de…














À beira do fim de mais um ano a tendência é fazer balanços. Inevitável, a retrospectiva não se fica pelos 12 meses mais recentes.
Não! As circunstâncias obrigam muitas vezes a (re) pensar quase a vida toda, num caleidoscópio de ideias que se cruzam e dão nós, abrem baús que deveriam estar fechados, (re) fazem-se viagens que deveriam constar apenas nos álbuns de fotografias que abrimos, apenas, quando queremos ou sentimos necessidade.

Um amigo meu costumava dizer “As pessoas… Ai as pessoas…” referindo-se à falta de sensibilidade, honestidade ou ética e moral, de alguma gente que vai preenchendo os seus vazios com o mal-estar dos outros, com a sua infelicidade.
Acontece muito. Acontece-me a mim, acontece um pouco a todos.

O que é pena é que, na sua sede insana de serem más, estas criaturas vão provocando danos colaterais a inocentes que deveriam ser poupados a estas ondas de maldade, porque apenas servem para encher um ego deformado.
O que é pena é que esses danos colaterais irão fazer parte das retrospectivas desses inocentes.
De hoje a uns dias, breves, eis que começa mais um ano. Como sabemos, os brindes serão, na maioria dos casos, amargos e de pouca esperança.
Pouca… pouca mas alguma.
Resta-nos, aos que acreditamos que alguma diferença há entre as criaturas que por aqui vão gravitando, o pequenino desejo que, pelo menos, nos deixem vivermos a vida como acreditamos, e que não atormenta ninguém.



(Foto:Google)

terça-feira, dezembro 18, 2007

Pianíssimo…










Palavras arremessadas em todas as direcções
não há bússola ou mapa que aponte destinos
apenas os dedos
num teclado a preto e branco
Apetece adormecer.
Mas as palavras, inquietas,
Inquietam-te em cada sílaba.
Jogo de tantas agitações.
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Há palavras que não se podem perder…
Piano… é o instrumento que eu gostaria de saber tocar…






(Foto: Mendes Ferreira - mendesferreira.blogspot.com)


quarta-feira, dezembro 12, 2007

(In)Viabilidades…














Ando meio desmotivado para as escritas na net.
Sem pachorra para comentários que tenho de apagar, sem paciência para poesias e efabulações.

Talvez seja da época. Quer se queira quer não, há sempre resíduos de afectos mal geridos ou apenas recordações que, qual fantasmas, vão esbatendo as cores festivas e o tal espírito natalício.

Depois, ter a consciência de que o mundo, tal como o conhecemos, está agonizante, não ajuda.
O país desfaz-se em questionamentos imberbes sobre a falta de natalidade, sobre o quão velho está a ficar. Sem descendências que se vejam.
O porquê é tão retórico como as estatísticas sobre o desemprego e sobre os endividamentos.

Uma coisa parece certa. Portugal atingiu a maioridade no que diz respeito à criminalidade.
Aparentemente, todos os dias, há atentados mafiosos de qualidade. Já não se fala de pequenos furtos a bombas de gasolina ou coisas do género.
Não. Agora é mesmo de metralhadora. Implacáveis, certeiros, os tiros atingem os alvos com uma frieza só antes vista no estrangeiro.

O país está a mudar. Aqui se assinam documentos e se assumem responsabilidades de singular importância.
A única coisa que parece não mudar é a incapacidade de políticos, e nossa, para encontrarmos a via para a felicidade colectiva.



(Foto:João Castela Cravo)