segunda-feira, setembro 17, 2007

Aos meus amores...














A pouco e pouco filtram-se as ilusões e as desilusões.
As histórias, produto de um estado de espírito mais ou menos inspirado ou inspirador, são desconstruídas por outras, novas, recentes, talvez ainda ilusórias, ou não... sei lá.
Se me fosse preocupar com isso não haviam amores nem desamores ou o que quer que fosse, nem parecido.

Aliás, nem sei porque carga d’água estou a falar no assunto. Talvez que necessite de ocupar o espaço em branco e à falta de melhor... siga...

Afinal o amor é o quê? Uma construção de mentes perturbadas que crêem ter um objecto de afecto? Como aquelas pessoas, também elas perturbadas, que acreditam ouvir e falar com espíritos?
O amor é desejo? Tesão por uns momentos bem passados – que se pode prolongar por mais ou menos no tempo – dependendo da paciência dos parceiros? Paciência, medo, ou até a agradável sensação de estima que se enriquece à medida que o tempo passa?
O amor é medo de solidão? Sim, que olhar em volta e ter que fazer o jantar para um, chá para um, servir um copo para um, para não falar do resto das rotinas, só para um, não é coisa fácil, previno.
O amor é o quê? Fogo que arde e tal... isso é coisa de poeta quinhentista.

Ó meus amores, afinal vós que fostes meu alimento, minha inspiração, minha vida, não passais de uma ilusória construção? Um engodo?

E tu,
que me libertas o mal,
me acalmas a dor,
me impeles,
me excitas,
me ensinas,
me pedes alegria,
conselho,
conforto,
me dás apenas
e tão só
um olhar sorridente
e cúmplice?

Ah, afinal, no final do dia, quando me sorris, és apenas fantasia.
É por isso que te desejo?
Porque afinal, mais não és que uma imagem, um sonho, virtual.
E afinal o que sinto é apenas o resultado de um qualquer poema, daqueles que te digo só para te fazer feliz.



(Foto: L. Gomes)

8 Comentários:

Blogger Teresa Durães disse...

um texto lindíssimo!! Claro que não sou a melhor comentadora para este tema. Gosto de amar (por uns dias... isto é amor?). Depois cansa. os gestos, a rotina.~
- Passa o sal, não me ouves? Em que pensas?
- Em nada, deixa-me em paz, preciso de me concentrar nas histórias que escrevo e este dia a dia pouco traz digno de registo. Por isso, pouco barulho que já falo contigo.

(talvez... maybe...eheheheh...sou divorciada! ahahahah)

Mas é bom nos dias em que nos sentimos aflitos e quando nos deitamos temos aquele abraço e sussurro como se por uns minutos todos os problemas desaparecessem...

Enfim, sou uma bela de uma egoísta. Lamento lolol

(boa sorte para ti nessa procura! por enquanto prefiro...não digo mas já deves ter adivinhado!)

7:57 da tarde  
Blogger Catraia_Sofia disse...

Inspiração do lado de lá ao seu melhor nível :) B

O que é o amor? Há dias tentei escrever sobre isso no escrevo.org (http://www.escrevo.org/2007/09/12/sabor/):

«Não, não é amargo o sabor do Amor. Nem tão pouco é açucarado como pensais»

bjs

9:12 da tarde  
Blogger Marta Vinhais disse...

Perguntas e mais perguntas...
Acabamos sempre por ter perguntas, e não temos a resposta que gostamos...
A verdade é essa - nem sempre temos a resposta que queremos; temos a que é possível...
Brilhante como sempre....
Beijos e abraços
Marta

11:17 da manhã  
Blogger  disse...

Anda cá ao meu canto!!!!

11:31 da manhã  
Blogger Lavinia disse...

"A pouco e pouco filtram-se as ilusões e as desilusões."
desejo-te porque és fantasia, ou é a fantasia que me atiça o desejo?
A primeira vez que aqui venho mas adorei lê-la.
Vim através do Augusto do Klepsidra.
Boa noite para si.

9:34 da tarde  
Blogger Lavinia disse...

Desculpe o lê-la.
Pensei...
Logo existo.
Então;
adorei lê-lo.
Fica a correcção.

2:09 da tarde  
Blogger Ant disse...

No problemo... é entrar, é entrar...

2:17 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Olha meu, eu acho o amor uma merda (pontofinalparágrafo)
(parágrafo, tenho de vir para aqui)…e é uma merda porque está ligado a esta coisa da fidelidade e moral e coisital
Se o amor, esse sentimento forte que nos assola indiscriminadamente e sem excepção, tivesse desde o início sido colado a um comportamento tipo ‘partilha liberal de sentimentos e corpos’ por exemplo, a minha convicção é que andava tudo para aí de sorriso rasgado na cara. Mas não, puseram-se com essa lamechice do amor eterno, aiii o amor eterno, e ainda por cima alimentado por obras como Romeu e Julieta, Amor de perdição, etc., que na minha opinião só servem para deturpar ainda mais as mentes já enfraquecidas dependentes do amor dependente, deu nisto, moços a suicidarem-se ou a matarem por amor, gajos a darem cabo da família por causa de uma sessão de amor roubado, e por aí fora.
Já tentaram fazer comunidades deste género, mas depois meteram a religião pelo meio, foderam tudo.
Mais modernamente, o swing, talvez seja o ponto de partida, mas as forças de bloqueio não desarmam…
Já sei que me vão chamar de bandalho libertino insensível, mas não me interessa, pelo menos andávamos todos mais felizes, em vez das trombas comque temos que lidar diariamente.

Bem, voltemos à realidade, sexta-feira à hora e local do costume para a nova temporada das conversas da treta, achas bem?

:)


aquele abraço

3:15 da tarde  

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