Dar um tempo…
Sempre pensei como reagiria se visse um amigo meu ou amiga, ser enganado (a) à minha frente, pela (o) namorada (o).
A ideia que tinha era resolveria a coisa dizendo qualquer coisa como “contas tu ou conto eu?”. Mas apercebi-me que não é assim tão fácil como isso.
Quando a vi subir as escadas rolantes aos beijos com um tipo que não era o meu amigo a sensação foi desagradável, algo penosa. Sobretudo porque imaginei a cena se fosse o próprio a assistir. E também porque fiquei sem saber, se fosse eu o traído, de que maneira gostaria que me fosse dito.
Esta é uma discussão que, entre nós, já tivemos algumas vezes. Já existiram circunstâncias que motivaram o assunto e o resultado nunca é pacífico.
- Olá. Então namorado novo?
- Namorado novo?... Quem é que te disse?
- Ninguém. Eu vi.
- Ah… pois… a vida continua, não é?
- Sim, claro. Não faço juízos de valor…
- Então estás bem?
- Mais ou menos. A X ligou-me. Disse que apareceu de repente um gajo do passado. Disse-me que ele a tentou beijar, ela não queria, mas depois ele lá conseguiu…
- Quando foi isso?
- Agora mesmo.
- Agora mesmo? Já calculava. Eu vi, falei com ela.
- Viste? E como é que foi o beijo?
- Olha esquece a X.
- Mas foi um beijo à séria, ou assim…
- É pá foi um beijo.
As coisas não estavam bem. A relação tinha decaído. Acontece muito. As relações vão-se extinguindo e substituídas por outras rapidamente.
A vida quotidiana está acelerada e, com ela, as relações amorosas transformam-se em relacionamentos rápidos, efémeros, de consumo mais ou menos imediato.
Não é isso que me choca.
O que me choca, se é que ainda me choca, é a leviandade com que se assumem compromissos e logo a seguir se desfazem, a troco de uma nova e excitante novidade.
Então damos e pedimos um tempo…
Mais vale não haver compromisso.
As trocas afectivas são muito mais que noites (ou dias…) bem passados em excitantes sessões de sexo desenfreado.
No fim, resta a memória de uma maior ou menor competência dos parceiros para se satisfazerem num momento breve e fátuo. No limite, ninguém, ou a maior parte de nós, quer ou pode comprometer-se com o outro, por motivos estritamente pessoais e que não são passíveis de juízo de valor.
Diferente é servirmo-nos do outro e deixá-lo pendurado até aparecer um novo príncipe ou princesa só para não enfrentarmos a solidão a que não soubemos fugir, porque incapacitados para assumir a nossa condição de predadores em busca de carne nova em cada esquina.
(Foto: Nuno Belo)
Sempre pensei como reagiria se visse um amigo meu ou amiga, ser enganado (a) à minha frente, pela (o) namorada (o).
A ideia que tinha era resolveria a coisa dizendo qualquer coisa como “contas tu ou conto eu?”. Mas apercebi-me que não é assim tão fácil como isso.
Quando a vi subir as escadas rolantes aos beijos com um tipo que não era o meu amigo a sensação foi desagradável, algo penosa. Sobretudo porque imaginei a cena se fosse o próprio a assistir. E também porque fiquei sem saber, se fosse eu o traído, de que maneira gostaria que me fosse dito.
Esta é uma discussão que, entre nós, já tivemos algumas vezes. Já existiram circunstâncias que motivaram o assunto e o resultado nunca é pacífico.
- Olá. Então namorado novo?
- Namorado novo?... Quem é que te disse?
- Ninguém. Eu vi.
- Ah… pois… a vida continua, não é?
- Sim, claro. Não faço juízos de valor…
- Então estás bem?
- Mais ou menos. A X ligou-me. Disse que apareceu de repente um gajo do passado. Disse-me que ele a tentou beijar, ela não queria, mas depois ele lá conseguiu…
- Quando foi isso?
- Agora mesmo.
- Agora mesmo? Já calculava. Eu vi, falei com ela.
- Viste? E como é que foi o beijo?
- Olha esquece a X.
- Mas foi um beijo à séria, ou assim…
- É pá foi um beijo.
As coisas não estavam bem. A relação tinha decaído. Acontece muito. As relações vão-se extinguindo e substituídas por outras rapidamente.
A vida quotidiana está acelerada e, com ela, as relações amorosas transformam-se em relacionamentos rápidos, efémeros, de consumo mais ou menos imediato.
Não é isso que me choca.
O que me choca, se é que ainda me choca, é a leviandade com que se assumem compromissos e logo a seguir se desfazem, a troco de uma nova e excitante novidade.
Então damos e pedimos um tempo…
Mais vale não haver compromisso.
As trocas afectivas são muito mais que noites (ou dias…) bem passados em excitantes sessões de sexo desenfreado.
No fim, resta a memória de uma maior ou menor competência dos parceiros para se satisfazerem num momento breve e fátuo. No limite, ninguém, ou a maior parte de nós, quer ou pode comprometer-se com o outro, por motivos estritamente pessoais e que não são passíveis de juízo de valor.
Diferente é servirmo-nos do outro e deixá-lo pendurado até aparecer um novo príncipe ou princesa só para não enfrentarmos a solidão a que não soubemos fugir, porque incapacitados para assumir a nossa condição de predadores em busca de carne nova em cada esquina.
(Foto: Nuno Belo)
11 Comentários:
um beijo de audeus nos blogues
:|| ...
As tuas reflexões são muito boas!
Do que li na diagonal pareceu-me muito bom! Vou voltar, claro :))
Infelizmente, há quem troque de "sentimentos", deite fora relacionamentos apenas porque...
Amor agora é tão fútil como a moda, este está a dar, saiu de moda, arranja-se outro mais in.
O maior problema que encontro não é o saltitar de flor em flor, é a absoluta falta de honestidade em relação às "outras" pessoas.
De cada vez, é amor eterno, a paixão de uma vida... ok, pelo menos até ao fim da semana.
Gostei das tuas palavras.
GMW
«Enganado»?? Um conceito judeo-cristão sem sentido.
tudo é consumível. e descartável. na "civilização" do fast food...
abraços
O meu Herético antecipou-se. Escreveu o que eu queria. o amor é descartável, e doi quando nos tratam a nós, como artigos descartáveis...
bem apanhado
um beijinho
C.
Excelente post.
Odeio quando oiço essa frase n a boca das pessoas com a maior da facilidades.E realmente viver só não é facil mas utilizar os outrso apenas para não estarmos soós e maldade.
bjinhos Ant
Ahumm tb penso isso..nao sei o que eu faria neste caso!.
Vim espiar , te ler..e deixar bjus ..otima semana beijokas mil.
http://angellcrystal.zip.net/
agora a responder: não é moda o adeus via sms?
então... ver fulano(a) com fulano(a) ...
(conheço X que soube que Y foi para a cama com as amigas todas...)
fiquei chocada confesso.
eu era amiga mas não me englobei aí no rebanho do Y lololol
pelo sim pelo não, quando vejo alguém pergunto devagarinho pelo Z
não vá o Z ser o W. Ou sei lá quem...
Tão verdadeiro!!!
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