quinta-feira, junho 22, 2006

O adeus...

De quando em vez a vontade de mudar e de encontrar novas referências é imperiosa, um desejo incontrolável, um destino.
A despedida, metamorfose que separa o passado do presente, faz-se com dor, lágrimas e vazios.
Preencher este olhar pelo horizonte, sem perder o fio condutor da coerência é, por natureza, um espaço de riqueza interna tão intensa, luz que ofusca, arrepia cada milímetro do nós que se quer integrar nesta nova construção interior.

“Quando fui o que não era
Deram-me um reino e fui rei.
Fui a máscara de cera
Sou nada porque a tirei...”

Despir o fato, pele apegada a um eu já distante, é esquecer ventanias e vendavais, é ser barco à deriva que procura cais onde atracar e esperar que o mar amaine para de novo partir, já não sozinho, já não à deriva, mas preenchido e de proa apontada a outros e novos rumos.

Há esta inspiração no ar
Sente-se a brisa
Das asas da gaivota
Que esvoaçam rente ao mar
E no delírio do adeus
Há um fragmento oculto
Um destino branco
Que se parece com deus.


(Foto: Ant)

17 Comentários:

Blogger Winterdarkness disse...

Brutal este teu texto! Eu bem tento "acender" as luzes mas tenho receio de não encontrar lá ninguém... Tenho medo que ao revelar a verdade do que sinto afaste as pessoas que iluminam o meu percurso... Jokas

12:39 da tarde  
Blogger Marta Vinhais disse...

Às vezes, temos que partir para voltar mais confiantes.
Ficamos mais enriquecidos, mais fortes e se porventura, ainda hesitarmos, isso apenas nos mostra que continuamos a ser humanos.
Gostei muito do texto, Ant. Poderoso, mas com uma ligeira ponta de saudade????
Beijos e abraços
Marta

1:00 da tarde  
Blogger Teresa Durães disse...

hum... o meu barco partiu o leme (penso que mais ou menos a partir do momento em que nasci) e a partir daí nunca mais consegui acostar...

lol

Mas enfim... dizem que, com a idade, vem a maturidade. Espero.... aguardo... (nunca mais chega.....) lolol

2:20 da tarde  
Blogger Ivânia disse...

"De quando em vez..." ora aí está uma expressão que uso muito...
de quando em vez despeço-me, conheço e aí viajo...mas eu cá vou sempre sozinha. Muito bom olhar as tuas palavras.

2:32 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Uns ficam outros partem amigo Ant, mas o que realmente conta sao as nossas referencias que so nos conhecemos e os poucos que acesso tem ao nosso quintal...
Mando um abrasso ao Luis Neto.

Vou acabar por inventar uma nova lingua Portoirish.

All the best.

3:30 da tarde  
Blogger Ant disse...

Bem, fiz uma actualização nos links. Alguns são conhecidos, outros nem por isso. Visitem, visitem que vale a pena.

winter, acende as luzes na mesma, sem medos.

Marta, linda, não, não há saudades.

Teresita, há por aí umas oficinas de reparação náutica hehehe

Borboleta, sózinha? Huumm, não sei se acredito ;)

Ó sniper, isso é que era giro.
O Luís é muito pertinente não é? O raio do miúdo...

Bem isto hoje foi tudo corrido... beijos e abraços

3:49 da tarde  
Blogger Teresa Durães disse...

Ant: Fico feliz em saber dessa história das oficinas mas... já me habituei. Nunca gostei de portos. Bebidas doces ehehehhe

Fico feliz em saber dos links! É sempre bom saber que o nosso está guardado num sítio especial!!!! lololol

5:17 da tarde  
Blogger BlueShell disse...

Não gosto de despedidas....
Gostei das tuas palavras!


Ah...aquilo não são LARANJAS....são cerejas....
Vê-se assim tão mal na foto???

Jito, BShell

9:04 da tarde  
Blogger as velas ardem ate ao fim disse...

É um adeus...

Não vale a pena sofismar a hora!

É tarde nos meus olhos e nos teus...

Agora,

O remédio é partir discretamente,

Sem palavras,

Sem lágrimas,

Sem gestos.

De que servem lamentos e protestos

Contra o destino?

Cego assassino

A que nenhum poder

Limita a crueldade,

Só o pode vencer a humanidade

Da nossa lucidez desencantada.

Antes da iniquidade

Consumada,

Um poema de líquido pudor,

Um sorriso de amor,

E mais nada. ( Miguel torga-Adeus)

Um adeus tb pode ser assim nao pode ANT?

9:40 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Vim só deixar um beijinho aqui ao Ant...
Sentiste?

10:38 da tarde  
Blogger Ant disse...

Conchinha, foi a comoção...

Velinha, Miguel Torga? Este blog começa a ficar sério... Bonito:)

Sereia,dem starren sentiram, claro;)

1:42 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Oi amigo querido. Hum!!!O começo desse poema mostrou muito o que sinto às vezes. Parece feito pra mim. Amei.
Recebi agora um e-mail de dois poemas lindos, acho que vai gostar. Quando der passa lá. Beijão e o Brasil tá aí, firme e forte. Agora terça vamos ver, roer as unhas, rsss. beijão.

4:31 da manhã  
Blogger Ivânia disse...

Ant, aqui a borboleta sente muito e muito intensamente...sózinha...ninguém me interrompe a sentir...;)

9:22 da manhã  
Blogger  disse...

Tão bem... por mais que custe muitas vezes a partida é urgente!!! E quando assim é normalmente a partida é apenas um novo iniciopara uma nova meta...
BJokas gordinhas (tou a engordar pá...:( )

9:49 da manhã  
Blogger Sandra disse...

Olá...obrigada pela visita ao meu blog!
O teu também é muito giro!!!

Beijinhos e volte sempre!

10:05 da manhã  
Blogger Rosalina Simão Nunes disse...

e de repente tive uma vontade imensa e entrar pela foto dentro...que fosse dia...de me sentar numa dessas cadeiras vazias e ficar a olhar para o mar.
olhar e sentir o seu cheiro a mar salgado.

2:35 da manhã  
Blogger isabel mendes ferreira disse...

inspiradamente....:)

3:36 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial