Tudo foi de mais...
Sempre me deste a mão para atravessar a estrada
Sempre me deste a comida à boca
E me mantiveste seguro
E me protegeste de todo o mal
E me fechaste os olhos à adversidade
E mantiveste-me confortável e quentinho
Deste-me uma gravata bonita
Para usar em festas de família
E prendeste-me a ti
E tiveste medo que fugisse
E fechaste a porta à chave
E deste-me emprego
Deste-me tudo o que era possível dar-me
Tiraste-me tudo o que eu podia ter ganho
Não me falaste de atalhos
Fizeste-me perder tempo
Mas fica a saber uma coisa que tenho que te dizer rapidamente
Apesar de tudo foi possível encontrar caminhos sozinho
E recomeçar
E escolher
E partir
E chegar
E perder
E ganhar
Sempre me deste a comida à boca
E me mantiveste seguro
E me protegeste de todo o mal
E me fechaste os olhos à adversidade
E mantiveste-me confortável e quentinho
Deste-me uma gravata bonita
Para usar em festas de família
E prendeste-me a ti
E tiveste medo que fugisse
E fechaste a porta à chave
E deste-me emprego
Deste-me tudo o que era possível dar-me
Tiraste-me tudo o que eu podia ter ganho
Não me falaste de atalhos
Fizeste-me perder tempo
Mas fica a saber uma coisa que tenho que te dizer rapidamente
Apesar de tudo foi possível encontrar caminhos sozinho
E recomeçar
E escolher
E partir
E chegar
E perder
E ganhar
E perceber que o tudo
É tantas vezes
Nada...
(Foto: Water Moves III-DanielCoelho)
10 Comentários:
Meu caro, sei muito bem o que senti ao ler isto... por isso imagino o que sentiste ao escrevê-lo.
Obrigado por mais este teu momento inspirado :)
Um abraço amigo... do Porto a Lisboa ;)
O mal é quando te dão o presente e se esquecem do abraço... pfff!
Como em todos os teus poemas, mais uma vez fiquei... silênciosa... pelo peso das palavras.
"E perceber que o tudo
É tantas vezes
Nada..."
******************Sem mais comentarios!
De vez em quando, venho ler MAIS!
Saudacoes!
heloisa B.P.
**************
Lindo...como tudo o que escreves
Principalmente:
"perceber que o tudo
É tantas vezes
Nada..."
P.S. - Tenho de te pôr em contacto com a Ana, a ver se conseguem pôr uma música mais "mexida" no n/blog ...
Eis como o niilismo se mantém eterno, mas também como damos importância a coisas que encerram em si toda a nossa experiência de vida e que, a uma dado momento, se nos revelam em toda a sua inutilidade!
O que mudou? Nada e tudo. Na realidade, fomos nós que mudamos, crescemos para um estádio "superior". Pelo menos por enquanto... apenas até estarmos prontos a dar o próximo salto!
e tudo pode ser demais mesmo quando é só um pouco mais de nada....
bom dia Ant................MUITO!
É ASSIM por vezes temos de cortar as amarras para depois encontrarmos TUDO, sozinhos.
E dançarmos ao som da nossa música!
Dá uma cambalhota no tempo.
Engana o destino.
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