Liberdades
Tenho acompanhado as notícias sobre Timor, até porque um amigo meu resolveu viver na terra materna onde, achava ele, tinha um papel a desempenhar.
O que me preocupa nestes conflitos, semelhantes a tantos outros onde um povo oprimido se autodetermina, seja lá o que isto quer dizer, é a incapacidade de se libertarem do “vício” da opressão. (Vejam o nosso exemplo: ainda não expurgámos verdadeiramente os tais 40 e tal anos de castração).
A primeira ideia que eventualmente nos ocorre é que voltem os opressores que estão perdoados.
Mas isso é o desespero que fala demasiado alto.
Na verdade, como dizia Willem Reich, nós, “o Zé Ninguém”, somos responsáveis pelas nossas escolhas, somos responsáveis pelos nosso actos e não podemos simplesmente delegar totalmente, aos poderes que vamos escolhendo, uma responsabilidade da qual temos participação.
Mas é verdade, também, que neste tempo de Vigiar e Punir, nos confrontamos com a dúvida e a incerteza do nosso papel de intervenientes do mundo e no mundo.
Em Timor as promessas de um Mundo Novo estão a desabar.
Quiçá porque em Timor, como em Angola, Guiné, irão, Iraque e, porque não em Portugal, os umbigos estão demasiado evidentes e a clamar por atenção.
No fundo, a libertação colectiva só resulta da evolução individual, das escolhas livres de cada um.
Um dia, talvez demasiado cedo para nós, um novo guru vestido de farda sedutora e de palavras afectuosas, vai decantar o nosso desejo de segurança e investir uma nova ordem.
Infelizmente hipnotizados, beberemos à saúde do líder e seremos cada vez mais massa sem individualidade nem desejos.
Tenho acompanhado as notícias sobre Timor, até porque um amigo meu resolveu viver na terra materna onde, achava ele, tinha um papel a desempenhar.
O que me preocupa nestes conflitos, semelhantes a tantos outros onde um povo oprimido se autodetermina, seja lá o que isto quer dizer, é a incapacidade de se libertarem do “vício” da opressão. (Vejam o nosso exemplo: ainda não expurgámos verdadeiramente os tais 40 e tal anos de castração).
A primeira ideia que eventualmente nos ocorre é que voltem os opressores que estão perdoados.
Mas isso é o desespero que fala demasiado alto.
Na verdade, como dizia Willem Reich, nós, “o Zé Ninguém”, somos responsáveis pelas nossas escolhas, somos responsáveis pelos nosso actos e não podemos simplesmente delegar totalmente, aos poderes que vamos escolhendo, uma responsabilidade da qual temos participação.
Mas é verdade, também, que neste tempo de Vigiar e Punir, nos confrontamos com a dúvida e a incerteza do nosso papel de intervenientes do mundo e no mundo.
Em Timor as promessas de um Mundo Novo estão a desabar.
Quiçá porque em Timor, como em Angola, Guiné, irão, Iraque e, porque não em Portugal, os umbigos estão demasiado evidentes e a clamar por atenção.
No fundo, a libertação colectiva só resulta da evolução individual, das escolhas livres de cada um.
Um dia, talvez demasiado cedo para nós, um novo guru vestido de farda sedutora e de palavras afectuosas, vai decantar o nosso desejo de segurança e investir uma nova ordem.
Infelizmente hipnotizados, beberemos à saúde do líder e seremos cada vez mais massa sem individualidade nem desejos.
9 Comentários:
Hipnotizados, massa sem desejos nem individualidade já somos. Só falta o gurú, com ou sem farda. Infelizmente essas mentes não aparecem "assim". Agora andamos no poder de vários (meia dúzia) e deixamos porque é mais fácil do que bater o pé e gritar.
A inconveniência paga-se bem cara e ninguém gosta disso.
Os portugueses sempre preferiram serem árbitos de bancada.
Também tenho amigos timorenses que para lá voltaram, pela mesma razão que voltou o teu amigo.
Em Portugal, temo que estejamos todos à espera de um salvador, como, aliás, sempre estivemos; do mesmo modo que aceitámos um ditador que nos livrou de problemas financeiros, facilmente aceitaremos outro...
É a triste e crua verdade do povão.
"No fundo, a libertação colectiva só resulta da evolução individual, das escolhas livres de cada um."
vou "roubar" a frase, posso?
Dantes eram os indonésios... agora são eles próprios... faz lembrar o que aconteceu em África depois da nossa saída: agarraram a independência, viveram uns tempos em pobreza extrema mas extasiados por tão dura e sofrida conquista...
Hoje matam-se uns aos outros :(
Triste...
hum...........que bem escrito Ant....
______________________chegou sorris ou partiu-se?
beijo.
por um excelente post.
fica bem.
É uma situação muito complicada e para um povo que já sofreu tanto é muito triste e mau que continuem ainda a sofrer desta forma...
nunca me deslumbrei com fardas e espero que não apareça por aí nenhum desses gurus...
Resposabilidade
Liberdade
Criatividade
são ainda termos dificeis de encaixar para muita gente.
um beijo pelo texto
amén!!!
Gostei da tua reflexão sobre a situação em Timor. Só espero - e pa dizer verdade nem acredito muito - que sejamos capazes de nos insurgir contra uma nova forma de poder absoluto, tal como perspectivas nos ultimos 2 paragrafos
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