Escolhas
Passamos a vida entre opções. Pequenas opções, grandes opções, opções positivas, negativas e nem umas nem outras, antes pelo contrário.
As escolhas que vamos fazendo, umas livres, outras nem por isso, constituem pedaços de um puzzle que, no fim, acabamos por ser nós.
A verdade é que não somo capazes de viver sem as escolhas. O clube a que pertencemos, sem saber muito bem porquê, mesmo quando perde, o partido político, mesmo quando governa mal – não estou a falar de nenhum em especial, só para que conste -, se governa.
O filme que vemos, o livro que lemos, a música que ouvimos, o concerto, a roupa, enfim... são um inumerável conjunto de escolhas que vamos fazendo e que ditam, com maior ou menor impacto, o que fazemos e como estamos no mundo. No limite, acabamos por ser condicionados pelas escolhas diárias, as quais, na sua soma, criam a imagem que os outros têm de nós.
Desde que o António Damásio – estou a reler o Erro de Descartes (reler não é bem o termo, visto que da outra vez só li uma pequena parte) – decidiu descobrir que existem no cérebro locais específicos e fisiológicos que ditam os nossos comportamentos, as nossas escolhas podem, enfim, ser quantificadas, decifradas, lidas ao microscópio. Afinal, o facto de sermos a favor ou contra a pena de morte, drogados ou assassinos, pode ser uma representação de uma qualquer degeneração física, um desvio.
Esta pode muito bem ser uma variação científica da teoria da reencarnação a qual também atribui a responsabilidade dos actos a outros momentos, alguns longínquos, da nossa alma.
Ou do nosso tão português Fado, que acaba por ser uma absolvição para aquelas escolhas mais ruins de que não nos orgulhamos.
Aparentemente, então, estamos todos desculpados. O livre arbítrio já era e podemos ser uns grandes filhos de puta à vontade porque não somos nós, é um outro eu que deve ser responsabilizado.
Também podemos optar por responsabilizar os outros. O governo, a religião, o terrorismo, os jornais, o cinema, os pais, etc. É por causa deles que fumamos, que fazemos juízos de valor, que somos indecisos, maus, etc.
Será?
Acredito que muito daquilo que somos pode muito bem ser o reflexo daquela pancada que levámos na cabeça quando éramos pequenos.
Mas, por outro lado, quando mudei a minha vida quase por completo, partindo à procura de uma outra mais interessante, sinto-a como uma escolha livre e não ditada por qualquer trauma da minha alma quando fazia parte da nobreza francesa do século XVIII (somos sempre da nobreza, já ouviram alguém dizer que foi o corcunda do Notre Dame?).
Assim, deve haver um qualquer meio termo para esta dicotomia.
As nossas escolhas são ditadas pela forma como aprendemos a lidar com os afectos. Sim o afecto. Aquele, nosso, obscuro e estranho elemento que nos incomoda e nos torna agressivos ou passivos, inseguros e maravilhosamente apaixonados.
É que, mesmo quando ficamos completamente embriagados pela paixão, temos sempre a hipótese que o tempo nos dá de escolhermos se ficamos ou saímos, se lutamos ou nos rendemos.
Uma coisa é certa. Cada escolha é feita à nossa medida, em cada momento, cara a cara com os cornos dos bois que temos que pegar.
Passamos a vida entre opções. Pequenas opções, grandes opções, opções positivas, negativas e nem umas nem outras, antes pelo contrário.
As escolhas que vamos fazendo, umas livres, outras nem por isso, constituem pedaços de um puzzle que, no fim, acabamos por ser nós.
A verdade é que não somo capazes de viver sem as escolhas. O clube a que pertencemos, sem saber muito bem porquê, mesmo quando perde, o partido político, mesmo quando governa mal – não estou a falar de nenhum em especial, só para que conste -, se governa.
O filme que vemos, o livro que lemos, a música que ouvimos, o concerto, a roupa, enfim... são um inumerável conjunto de escolhas que vamos fazendo e que ditam, com maior ou menor impacto, o que fazemos e como estamos no mundo. No limite, acabamos por ser condicionados pelas escolhas diárias, as quais, na sua soma, criam a imagem que os outros têm de nós.
Desde que o António Damásio – estou a reler o Erro de Descartes (reler não é bem o termo, visto que da outra vez só li uma pequena parte) – decidiu descobrir que existem no cérebro locais específicos e fisiológicos que ditam os nossos comportamentos, as nossas escolhas podem, enfim, ser quantificadas, decifradas, lidas ao microscópio. Afinal, o facto de sermos a favor ou contra a pena de morte, drogados ou assassinos, pode ser uma representação de uma qualquer degeneração física, um desvio.
Esta pode muito bem ser uma variação científica da teoria da reencarnação a qual também atribui a responsabilidade dos actos a outros momentos, alguns longínquos, da nossa alma.
Ou do nosso tão português Fado, que acaba por ser uma absolvição para aquelas escolhas mais ruins de que não nos orgulhamos.
Aparentemente, então, estamos todos desculpados. O livre arbítrio já era e podemos ser uns grandes filhos de puta à vontade porque não somos nós, é um outro eu que deve ser responsabilizado.
Também podemos optar por responsabilizar os outros. O governo, a religião, o terrorismo, os jornais, o cinema, os pais, etc. É por causa deles que fumamos, que fazemos juízos de valor, que somos indecisos, maus, etc.
Será?
Acredito que muito daquilo que somos pode muito bem ser o reflexo daquela pancada que levámos na cabeça quando éramos pequenos.
Mas, por outro lado, quando mudei a minha vida quase por completo, partindo à procura de uma outra mais interessante, sinto-a como uma escolha livre e não ditada por qualquer trauma da minha alma quando fazia parte da nobreza francesa do século XVIII (somos sempre da nobreza, já ouviram alguém dizer que foi o corcunda do Notre Dame?).
Assim, deve haver um qualquer meio termo para esta dicotomia.
As nossas escolhas são ditadas pela forma como aprendemos a lidar com os afectos. Sim o afecto. Aquele, nosso, obscuro e estranho elemento que nos incomoda e nos torna agressivos ou passivos, inseguros e maravilhosamente apaixonados.
É que, mesmo quando ficamos completamente embriagados pela paixão, temos sempre a hipótese que o tempo nos dá de escolhermos se ficamos ou saímos, se lutamos ou nos rendemos.
Uma coisa é certa. Cada escolha é feita à nossa medida, em cada momento, cara a cara com os cornos dos bois que temos que pegar.
4 Comentários:
Só agora reparo neste texto e tb fico a pensar pq não tem comentários.
Não li o António Damásio mas vou tentar ler pq o assunto me interessa - qd um homem agride, viola a mulher , a própria filha, uma b´be de dois meses , um cão , um gato, um pardal,isso já vem escrito nos genes, foi trauma de pequenino, é a educação, é o catecismo, a biblia, o corão é o quê?
Qd um pai "normal" chama à filha ou à mulher tb consideradas "normalissimas" filha da puta a torto e a direita ou as mimoseia com um pontapé por ...nadas , isto não tem saída , é intrinseco, vem nos genes?
Não é possivel mudar? As nossas filhas e netas ainda vão ouvir isto e aturar isto?
Bem, a coisa não é assim tão simples... digo eu...
Para quem me acusa de posts longos...
ó animatógtrafo, é a única coisa que te sugere, é?
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